21 de setembro de 2020

As principais notícias da semana

Se por um lado, por mais prejudiciais que sejam, ciberataques nunca foram considerados violentos por não apresentarem risco real à vida dos usuários, por outro essa realidade parece estar mudando.

Na Alemanha, registrou-se a primeira morte associada a um ataque de ransomware, que pode ser tratada como assassinato. Seria a abertura de um capítulo completamente novo na história da cibersegurança.

Enquanto isso, ataques de ransomware menos nocivos, mas ainda preocupantes, crescem no setor da Educação, e o Google se mobiliza para auxiliar vítimas a se prevenirem de malwares.

O que você vai ler hoje:

Ataques de ransomware são um desafio para universidades ao redor do mundo

O número de ataques de ransomware a universidades tem aumentado vertiginosamente desde o começo do ano, forçando as instituições acadêmicas a se manterem atualizadas sobre as melhores soluções de segurança para garantir que suas redes sejam resistentes o suficiente para prevenir e combater estes ataques, casos eles ocorram.

Recentemente, o Reino Unido emitiu um alerta às instituições de ensino ao redor do mundo, após equipes de segurança nacional observarem um aumento preocupante de ataques de ransomware a universidades em agosto.

Em alguns desses casos, os hackers não só exigiram um resgate significativo das vítimas, que deveria ser pago em bitcoin, mas também ameaçaram vazar dados pessoais roubados de seus alunos se o pagamento não fosse realizado.

Alguns dos vetores de infecção de ataque mais comuns incluem Protocolos de Desktop Remoto (RDP), e-mails de phishing e software e hardware vulneráveis ​​devido à falta de patches de segurança.

Por isso, a mitigação contra ataques de ransomware que as universidades estão sendo instadas a adotar incluem um gerenciamento completo de vulnerabilidades e patching nos softwares utilizados para ensino, proteção de serviços RDP com autenticação multifator, instalação de softwares antivírus e garantia de que funcionários e alunos estejam cientes dos riscos inerentes aos e-mails de phishing.

Também é recomendado que as universidades tenham backups offline atualizados e testados, de modo que, se os sistemas forem criptografados por um ataque de ransomware, eles possam ser restaurados sem que seja necessário pagar resgate a criminosos cibernéticos.

Ainda na Educação, segurança de endpoints é principal fator de risco

A crescente lacuna nas estratégias de segurança cibernética da educação hoje é mais grave na segurança de endpoints.

Visibilidade limitada dos dispositivos, picos de gerenciamento remoto e uso de aplicativos colaborativos, bem como atrasos na correção de vulnerabilidades críticas, estão colocando alunos e funcionários em risco elevado.

Esses e muitos outros insights são do Absolute Software's Distance Learning's Impact on Education IT Report, publicado esta semana. O relatório é baseado em dados anônimos de milhões de dispositivos ativos em aproximadamente 10.000 escolas.

De acordo com o relatório, o uso de aplicativos de gerenciamento remoto e colaboração em escolas de ensino fundamental e médio aumentou 87% e 141%, respectivamente, entre janeiro e maio de 2020.

A pesquisa também revela que 41% das equipes de TI das escolas disseram que rastrear dispositivos perdidos é um desafio significativo e, desde janeiro, houve um aumento de 205% no número de novos dispositivos conectados pela primeira vez à Internet, à medida que as escolas aumentaram seu inventário para dar suporte ao ensino à distância em 2020.

Além disso, a lacuna cada vez maior na segurança de endpoint, impulsionada pela rápida transformação digital que está acontecendo na educação hoje, coloca os professores na posição de helpdesk com muita frequência.

90% dos professores relatam que passam mais tempo resolvendo problemas de tecnologia e 7 em cada 10 estão tendo que sacrificar o tempo de ensino para resolver problemas técnicos.

Todos esses pontos poderiam ser evitados, ou minimizados, com melhores estratégias de segurança para endpoint a nível de dispositivo.

O Google agora escaneia arquivos suspeitos para você

O Google adicionou um novo recurso hoje ao APP, seu programa de segurança destinado a usuários de alto risco, como jornalistas, organizações políticas e ativistas.

A partir de hoje, os usuários do APP que navegam na web com o Chrome podem enviar arquivos suspeitos recém-baixados para os servidores do Google e fazer a varredura em busca de malware.

O recurso é a adição mais recente ao Programa de Proteção Avançada do Google, que vem evoluindo conforme mais e mais nos tornamos dependentes de auxílios para identificação e controle de ameaças antes de que elas, de fato, ocorram.

Com isso em mente, a partir do ano passado, o Google começou a mostrar avisos aos usuários do APP quando eles baixavam arquivos que pareciam ser maliciosos usando o Chrome.

Já essa semana, o Google disse que atualizou este aviso para adicionar uma opção que permite que os usuários do APP façam o upload do arquivo baixado para os servidores do Google, a fim de que ele seja verificado pelo Google Safe Browsing, usando suas técnicas internas de análise estática e dinâmica.

O novo recurso é ideal para usuários que não têm dinheiro para comprar um programa antivírus, como ativistas com baixa renda ou que vivem em países sancionados nos EUA, onde alguns fornecedores de segurança podem não estar presentes.

E para que os usuários do APP aproveitem as vantagens desse novo recurso, basta usarem o Chrome como seu navegador e fazer login com sua conta do Google protegida pelo APP.

Primeira morte associada à ransomware é registrada na Alemanha

As autoridades alemãs estão investigando a morte de um paciente após um ataque de ransomware a um hospital em Duesseldorf.

Identificada apenas como uma mulher que precisava de atendimento médico urgente, a paciente morreu após ter sido redirecionada para um hospital na cidade de Wuppertal, a mais de 30km de seu destino inicial, o Hospital Universitário de Duesseldorf, onde seria recebida pelo pronto-socorro.

Porém, o hospital que originalmente a receberia estava lidando com um ataque de ransomware que atingiu sua rede e infectou mais de 30 servidores internos no dia 10 de setembro, impossibilitando-o de recebê-la.

O incidente marca a primeira morte humana relatada indiretamente causada por um ataque de ransomware.

O caso está sendo investigada pelas autoridades alemãs. Se o ataque de ransomware e o tempo de inatividade do hospital forem considerados culpados pela morte da mulher, a polícia alemã disse que planeja transformar sua investigação em um caso de assassinato.

De acordo com a agência de notícias alemã RTL, a gangue de ransomware responsável pelo ataque retirou seu pedido de resgate depois que a polícia alemã entrou em contato. O hospital já recebeu uma descriptografia e está restaurando seus sistemas.

Um dia antes, o BSI havia emitido um aviso inesperado, pedindo às empresas alemãs que atualizassem seus gateways de rede Citrix para a vulnerabilidade CVE-2019-19871, um conhecido ponto de entrada para cibercriminosos.

A Associated Press também informou hoje que todo o ataque de ransomware à rede do hospital parece ter sido um acidente, com a nota de resgate sendo dirigida à universidade local (Duesseldorf Heinrich Heine University), e não ao hospital, que era apenas parte da rede maior.

Ou seja, um efeito colateral, que acabou chegando longe demais.

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