16 de dezembro de 2021

A Europol relata que grupos criminosos estão minando a economia da União Europeia e oferecem de tudo – de assassinos de aluguel a ferramentas de ataque cibernético

A última avaliação de ameaça do crime organizado da Europol emite um preocupante alerta sobre o efeito destrutivo que a crescente influência dos sindicatos criminosos está tendo sobre a economia e a sociedade da União Europeia.

E o mais importante: tudo acontece online.

“O ambiente e o comércio online fornecem aos criminosos acesso a conhecimentos especializados e ferramentas sofisticadas que permitem atividades criminosas”, disse a unidade de Avaliação de Ameaças da Europol. “Praticamente todas as atividades criminosas agora apresentam alguns componentes online, como soluções digitais que facilitam a comunicação com os criminosos”.

Digital Marketplaces

Os mercados digitais – marketplaces – de bens e serviços ilícitos têm ajudado o crime organizado a acessar novas vítimas em potencial, explica o relatório. Esses marketplaces vendem de drogas ilícitas a serviços especialmente macabros, como tráfico de pessoas.

Aliás, pontua o relatório, várias das etapas envolvidas no tráfico de seres humanos – incluindo recrutamento de vítimas e propaganda desses serviços – “passaram quase que inteiramente para o domínio online”.

Parece uma notícia saída de um livro distópico, mas atenta para a evolução do mercado negro digital.

“A superfície da web e a dark web são exploradas por criminosos que oferecem todos os tipos de mercadorias ilícitas e a maioria dos serviços ilegais”, disse a Europol. “A disponibilidade e acessibilidade de canais online seguros resultou na diversificação das plataformas usadas para o comércio online ilegal. A proliferação de canais de comunicação criptografados e plataformas de mídia social permite que os criminosos anunciem facilmente suas ofertas ilícitas para um número maior de clientes em potencial. ”

Espalhar desinformação nas redes sociais e nos serviços de mensagens para atrair vítimas em toda a UE para fraudes é outra tática popular do crime organizado.

Cibercrime como serviço

A venda de recursos de ciberataques como serviço também permitiu que criminosos menos técnicos mobilizassem ataques como fraudes, negação de serviço distribuída (DDoS), ataques de ransomware e muito mais, acrescenta o relatório.

“Os serviços de cibercrime podem ser adquiridos mediante o pagamento de uma taxa de usuário, uma taxa de aluguel ou uma porcentagem dos lucros do crime”, explicou a Europol. “Ferramentas criminosas como malware, ransomware, facilitadores de phishing, sniffers, skimmers e ataques distribuídos de negação de serviço (DDoS) são oferecidos online, especialmente na dark web.”

E nunca devemos subestimar, tampouco, o poder do Google: existem “how-to’s” para quase tudo que se possa imaginar, facilmente acessíveis online.

“Os manuais e tutoriais oferecidos vão desde a produção de drogas sintéticas, a fabricação de armas de fogo brutas e dispositivos explosivos improvisados, até todos os tipos de atividades de crimes cibernéticos”, alerta o relatório.

Outros tipos de crimes cibernéticos que enchem os bolsos desses criminosos organizados incluem Business Email Compromise (BEC), troca de SIM, phishing e fraude de pagamento.

“O movimento em direção a ‘economias sem dinheiro’ cria incentivos poderosos para fraudadores de pagamento”, disse a Europol. “Os cibercriminosos procuram comprometer os pagamentos online, internet e mobile banking, solicitações de pagamento online, pagamentos sem contato (com cartão ou não) e aplicativos móveis.”

Uso de criptomoeda para lavagem de dinheiro

O relatório explica ainda que esses grupos do crime organizado usam criptomoeda para lavagem de dinheiro.

“Os rendimentos ilícitos podem já estar na forma de moedas virtuais ou convertidos digitalmente. As novas técnicas de lavagem de dinheiro que dependem de criptomoedas envolvem o uso de serviços de mixing e do câmbio de moedas.”

Comunicações criptografadas

Os canais de comunicação criptografados são essenciais, mas os criminosos também estão recorrendo a dispositivos móveis modificados sem GPS, portas USB, câmera ou microfone, de acordo com a Europol.

“Esses serviços removem qualquer associação entre o dispositivo ou cartão SIM e o usuário”, constatou a Europol em sua investigação. “A interface criptografada normalmente fica oculta e funciona como parte de um sistema operacional duplo. Esses telefones são vendidos por meio de redes de revendedores clandestinos em vez de serem distribuídos por pontos de venda regulares. ”

E, pensando no futuro, a Europol recomenda uma maior gestão estratégica e investimento em infraestruturas de cibersegurança em toda a UE.

“Atualmente, os Estados-Membros da UE estão investido em velocidades diferentes na criação de infraestruturas digitais; isso pode levar a vulnerabilidades potenciais. Os serviços governamentais são cada vez mais prestados digitalmente. É provável que as autoridades governamentais dos Estados-Membros ofereçam cada vez mais serviços digitalmente para cortar custos e melhorar a sua acessibilidade. ”

As criptomoedas, o acúmulo de dados pessoais armazenados digitalmente e o aumento da manipulação do discurso público podem representar uma ameaça à economia e à sociedade da UE.

“O crime organizado online afeta profundamente todas as camadas da sociedade; para além do impacto direto na vida cotidiana dos cidadãos da UE, também prejudica a economia, as instituições do Estado e o Estado de direito ”, concluiu a Europol.

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